CHICO VELLOZO
CHICO VELLOZO
Botafoguense e torcedor da Portela Chico, é formado em erros e acertos da vida e um grande observador do cotidiano.

Por: CHICO VELLOZO

08/02/2024

16:06:15

NÃO VIM PRA EXPLICAR

Quando pensei que sabia todas as respostas a vida mudou todas as perguntas.
NÃO VIM PRA EXPLICAR
A constatação disso gera uma enorme inquietação. Será que não estou mais preparado para enfrentar os desafios da minha existência? O aprendizado de uma vida inteira se tornou obsoleto?

Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, nada mais apropriado do que Raul Seixas para contextualizar meu sentimento. Em Metamorfose Ambulante, o artista revela sua satisfação em não seguir em uma única direção. Para ele, a falta de convicção não era um problema, poderia ser até solução. Entretanto, embarcar na onda do saudoso Raul não é pra mim!

Acredito na dinâmica das relações e no sincronismo das ideias em relação ao binômio tempo/espaço. Posso até ter um grande apego ao passado, mas não tenho nada de anacrônico e muito menos de reacionário. A sensação que me dá nesses “tempos modernos” é de que houve uma banalização do entendimento das coisas. Parece que tudo vem perdendo a essência, tornando-se cada vez mais superficial, ou seja, o conhecimento deve ser raso e obtido com muita rapidez, e haja mi-mi-mi.

Por exemplo, a expressão no pain no gain (sem dor, sem ganho) - muito utilizada no passado para motivar - perdeu sentido. Os mecanismos de proteção criados pela sociedade estão formando uma juventude fraca. Tudo é constrangimento e o jovem está sendo blindado de tudo que é jeito. Tirá-lo da sua zona de conforto pode ser considerado um crime, pois, uma bronca, uma palmada ou privação está, nos tempos atuais, totalmente fora de propósito.

Apesar de ter vivido mais vibrantes que os atuais, estou completamente adaptado ao mundo de hoje. Sentindo-me ainda um pouco confuso, percebo transformações maravilhosas que facilitam a vida das pessoas, mas ao mesmo tempo fico apreensivo em relação ao resultado final de intensos paradoxos. A mesma tecnologia que aproxima os distantes afasta os mais próximos, fazendo que num almoço de domingo em família,  os participantes fiquem mais interessados em suas telas do que na resenha do encontro. Envolvidos com seus celulares as pessoas abrem mão de um bom bate papo com a galera.                               

A distorção é ainda maior se levarmos em conta o momento político/social que o país atravessa, Deus me livre de me aprofundar nesse assunto numa época em que o Brasil está tão intensamente polarizado. Isso dá até cancelamento social!

Enfim, como diria o saudoso Chacrina: ”Eu não vim para explicar, eu vim para confundir.”

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