Por: DANIEL MELLO - REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL - SÃO PAULO
09/01/2022
09:56:23
MÃSCARAS NÃO AFETAM RESPIRAÇÃO OU TRAZEM RISCO À PRÃTICA DE EXERCÃCIOS
“A gente fez com o objetivo de investigar se o uso das máscaras durante o exercÃcio atrapalhava o desempenho, o funcionamento do corpo em pessoas que fazem atividade fÃsica regular, mas não são atletasâ€, explica o professor Bruno Gualano, responsável pelo estudo. Para isso, os participantes da pesquisa correram em uma esteira com e sem máscara de proteção, com monitoramento da respiração, oxigenação do sangue e função cardÃaca.
Para o trabalho, os participantes usaram uma máscara de pano com três camadas, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Os exercÃcios foram realizados em diversas intensidades.
Nos nÃveis de esforço moderado e intenso foi verificada apenas uma pequena alteração no esforço de inspiração. “Nós observamos, especificamente, com o uso da máscara um aumento na capacidade inspiratória. O indivÃduo tinha que inspirar mais com a máscara do que sem elaâ€, explica Gualano. Fora isso, porém, o corpo se adapta ao item de proteção e não houve mudanças na resposta do corpo das pessoas. “Não alterou débito cardÃaco ou saturação de oxigênio, que era uma preocupação que se tinhaâ€, acrescenta o professor.
No esforço considerado crÃtico, que é a máxima carga de exercÃcio que a pessoa consegue desenvolver, o estudo apontou que houve perda de desempenho. De acordo com Gualano, ao contrário do que acontece nas outras intensidades, o corpo não consegue compensar a dificuldade adicional que a máscara impõe à respiração. Assim, as pessoas acabam chegando ao limite mais rápido do que chegariam sem o uso da proteção facial.
Porém, nem mesmo nesse nÃvel de esforço foram constatadas alterações significativas na oxigenação do sangue ou na função cardÃaca. “Não tem nenhuma alteração fisiológica sugestiva que possa incorrer em risco à saúde do praticanteâ€, enfatiza o professor da Faculdade de Medicina.
O nÃvel chamado de crÃtico de esforço é quando, explica Gualano, a pessoa que está se exercitando é incapaz de falar durante a tarefa. Nos nÃveis moderado e intenso, o praticante conseguiria falar, ainda que ofegante.
Para manter a boa saúde e até por razões estéticas, os nÃveis moderado e intenso são, segundo o professor suficientes. “Essa intensidade é suficiente para promover todos os benefÃcios que a gente conhece do exercÃcio fÃsicoâ€, ressalta.
Apesar dos resultados dos testes mostrarem que o uso de máscara afeta pouco fisicamente os praticantes de exercÃcio, no questionário aplicado aos participantes foram registradas diversas queixas em relação ao item de proteção.
“No geral eles se sentiam muito mal com o uso da máscara. As pessoas reclamavam que com a máscara sentiam mais calor, desconforto, maior fadiga, resistênciaâ€, enumera o pesquisador.
Edição: Denise Griesinger